Ameaça de parto prematuro
O útero humano, contrariamente ao das outras
espécies, está apenas preparado para conter um feto de cada vez. A distensão
uterina, que os fetos adicionais condicionam, leva a que o útero, chegando
àquilo que é o seu volume máximo, tente expulsar o seu conteúdo, o que ocorre
habitualmente antes do termo da gravidez. A isto se chama insuficiência do colo
uterino que é a condição em que o colo do útero se abre antes do tempo.
A gravidez múltipla em relação à gravidez simples
envolve um risco 6 vezes superior de parto prematuro, com as consequências que
daí podem advir para os recém-nascidos nomeadamente: paralisia cerebral,
perturbações visuais e auditivas, problemas respiratórios, etc.
Mas nem todas as gestações múltiplas são iguais,
cada feto adicional vai condicionar uma redução no tempo final de gravidez de
cerca de três semanas e meia, o que condiciona uma idade média gestacional no
parto muito diferente conforme o número de gémeos envolvidos.
Existem, contudo,
outros fatores que influenciam o comportamento uterino nomeadamente, mulheres
grávidas de trigémeos ou com gravidezes de mais de 3 fetos, se já tiveram
filhos antes da gestação múltipla, vão ter uma idade gestacional no parto, uma
a três semanas superior em relação àquelas que nunca tiveram filhos, se têm
alguma anomalia anatómica do útero ou placenta prévia.
As mulheres mais
altas e com mais peso vão também suportar melhor uma gravidez múltipla, foi uma
das conclusões a que chegou um estudo publicado em 2003.
É fundamentalmente
a prematuridade que condiciona o aumento da mortalidade perinatal, mas também é
3 vezes mais frequente que os múltiplos não tenham um peso adequado para a
idade gestacional ao nascer. O facto de partilharem a placenta no caso dos
monocoriónicos, ou mesmo que cada feto tenha a sua própria placenta, por estas
não se poderem estender adequadamente no interior do útero, uma vez que o mesmo
espaço terá que ser partilhado por mais do que uma placenta, faz com que os
fetos não tenham as condições de nutrição adequadas, necessárias para um
desenvolvimento normal. O risco de morte intra-uterina dos fetos com restrição
de crescimento condiciona um aumento do parto pré-termo iatrogénico, pois a
única forma de assegurar a sobrevivência destes fetos é programar o parto.
Mais uma vez, damos
graças à tecnologia e ao desenvolvimento da nossa Medicina, que faz com que
nasçam bebés de apenas 24 semanas por vezes sem qualquer problema de saúde
futura. Vinte e quatro semanas é o tempo considerado mínimo para o(s) bebé(s)
serem viáveis. Antes disso, se houver uma paragem cardíaca, os bebés não são
reanimados. Claro que, quanto mais aguentarem na barriga da mamã, melhor, e
para isso já existem medicamentos que interrompem o trabalho de parto
antecipado e medicamentos para um desenvolvimento dos pulmões mais acelerado,
uma vez que este é dos órgãos que mais tempo leva a formar-se e o mais imaturo.
Fonte: Livro “Sim!!! São
Gémeos!!!”
SINDROME DE TRANSFUSÃO FETO-FETAL
O síndrome acontece quando existe um desequilíbrio do direcionamento
do fluxo sanguíneo que faz com que um feto seja o recetor e outro o dador. Isto
provoca que um, receba mais sangue que o outro o que pode provocar sérias e
fatais complicações para ambos os fetos. Este problema é normalmente
identificado entre as 15 e 25 semanas onde se verifica um crescimento inferior
anómalo em comparação com o outro feto, no entanto, não é tão raro assim,
aparecer após as 25 semanas. É um problema grave, mas que felizmente hoje em
dia, se for identificado a tempo, pode ser corrigido através da separação a
laser da placenta. A maior parte das grávidas nesta situação são encaminhadas
para Londres, Paris ou Espanha para efectuar este procedimento que, regra
geral, resolve o problema apesar de não ser isenta de riscos para os bebés. As
probabilidades não são muito animadoras, mas o pensamento mais comum é: Qual é
a alternativa? São cada vez mais frequentes casos de sucesso, por isso, futuras
mamãs de gémeos, não se preocupem antecipadamente. A mamã terá que estar atenta
aos sinais que o corpo dá e não descurar ser seguida por um bom
especialista.
Os vários fatores que podem ser indicadores do sintrome da TFF é
- Diferença acentuada no tamanho dos diferentes fetos do mesmo sexo
- Diferença no tamanho dos dois sacos amnióticos
- Diferença no tamanho dos dois cordões umbilicais
- Uma única placenta
- Evidência de fluido acumulado na pele de um dos fetos
- Insuficiência cardíaca no gémeo recetor
- Polihidrâmnio – excesso de líquido amniótico no gémeo recetor
- Oligohidrâmnio – diminuição do líquido amniótico no gémeo doador
Fonte:
Livro “Sim!!! São Gémeos!!!” e
http://demaeparamae.pt/artigos/gravidez-multipla-gemelar
Anemia
A gravidez gemelar
é mais propensa a complicações maternas como a anemia, hemorragias, hipertensão
e infecções, entre outras. A anemia, corrente na gravidez comum, é mais
frequente na gravidez gemelar porque se dá um aumento da rede vascular e da
síntese das células sanguíneas que levam ao esgotamento das reservas de ferro
da mãe.
Fonte: http://www.abcdobebe.com/evolucao-do-feto/a-gravidez-gemelar.html
Colestase obstétrica
Colestase da gravidez, também conhecida como
colestase obstétrica ou hepática da gravidez, geralmente ocorre durante o
último trimestre da gravidez, e provoca coceira intensa, especialmente nas mãos
e pés. Em raras ocasiões, os sintomas podem aparecer antes do terceiro
trimestre. A circunstância é raramente de preocupação para a saúde a longo
prazo da mãe, mas pode causar graves complicações para o bebé feto. Esta
complicação apesar de rara tem como fator de risco gravidezes múltiplas.
Fonte:
http://www.yesanswer.de/med/pt/1098.html
Diabete gestacional
A diabetes é responsável por um aumento do parto pré-termo, fetos macrossómicos (fetos
com mais de 4 kg), traumatismo do parto, morte fetal inexplicada intra-uterina,
aumento de risco de hipertensão e descolamento prematuro da placenta. Os
recém-nascidos filhos de mães diabéticas apresentam maior risco de síndrome de
dificuldade respiratória quando nascem prematuros.
A incidência de diabetes gestacional aumenta à
semelhança de outras complicações com o aumento do número de fetos.
Fonte:
Livro “Sim!!! São Gémeos!!!”
·
Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é um problema grave e que pode
também ser fatal, principalmente para a mamã, que é causado pela elevação da
pressão arterial. Hoje em dia, os médicos já não arriscam e caso verifiquem que
a mamã corre riscos de pré-eclâmpsia, ficará logo internada em observação e, se
for caso disso, medicada até os bebés nascerem. O risco que corre(m) o(s)
bebé(s) se se detetar a pré-eclâmpsia é uma redução do fluxo de sangue para o
bebé, restringindo o crescimento dele originando um parto prematuro. Para a
mamã, o risco é de poder vir a ter convulsões que podem levar ao coma e até
mesmo à morte. Assustador? Sim. O risco é tão ou mais elevado quanto mais idade
tiver a mãe, quanto mais bebés carregar no ventre, se houver histórico de
pré-eclâmpsia na família, se a mãe for obesa, ou se a mãe tiver algum problema
crónico de saúde que afete o sistema circulatório, como hipertensão, lúpus ou
diabetes.
Tal como noutras situações, podemos sempre
minimizar os riscos mantendo uma alimentação correta e equilibrada, com todos
os nutrientes que o corpo necessita se nos deixarmos engordar demasiado e
descansando bastante.
Fonte: Livro “Sim!!! São Gémeos!!!”
Pressão arterial na
gravidez
A hipertensão
surge em 12 a 22% de todas as gestações o que a
torna uma das complicações mais frequentes da gravidez, estando implicada em
cerca de 20% das causas de morte materna na gravidez. A hipertensão é 3a 4
vezes mais frequente nas gestações múltiplas e também contribui para a
morbilidade: por um lado os fetos das mães hipertensas não se desenvolvem
18 bem; por outro lado, a hipertensão grave numa
gravidez múltipla pelos riscos que condiciona à grávida e aos fetos obriga a um
parto pré-termo terapêutico o que acontece em 35% das gestações triplas e em
72% das quádruplas.
Fonte:
Livro “Sim!!! São Gémeos!!!”
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